Texto baseado no cap. XI do Evangelho segundo o Espiritismo.
Jesus, bem como tantos outros Espíritos Superiores, amam o próximo em toda sua plenitude. E amar o próximo, na concepção do Evangelho, significa o amor incondicional, extensivo a todos os seres humanos, mas não apenas; também aos demais animais, mas não basta; em ultima análise, a todos os que tem vida.
Se a todos os que tem vida, não deveríamos incluir o próprio Planeta Terra?
Sim, pois segundo a hipótese de Gaia (nome da deusa grega que simbolizava a Terra viva), aventada por cientistas europeus e norte americanos, a superfície da Terra, que representa o meio ambiente a propiciar condições para a vida é, em verdade, parte da vida.
Se a Terra é viva, o Universo também é?
Certamente!
E quem somos nós?
Fazemos parte do Todo; somos integrantes do Universo, fagulhas da Energia Suprema.
Então, amar, sob a ótica Superior, estende-se ao Todo?
Sim; o amor não segrega, não se limita a um ínfimo grupo de seres humanos.
Nosso estado de evolução moral é incipiente. Há muito tempo os preceitos evangélicos básicos nos foram ensinados; e este “muito tempo”, transcende esta e outras existências na carne.
Aprendemos a amar?
Definitivamente, não.
Amar o próximo como a si mesmo. Como podemos amar o próximo como a nós mesmos, se sequer aprendemos a nos amar? Verdadeiramente, não nos amamos. O egoísmo, o egocentrismo, a vaidade, o orgulho, a ambição e o materialismo exacerbado, dificultam o relacionamento harmônico com tudo o que está ao nosso entorno, sobretudo com os semelhantes.
A complexidade do processo de convivência humana pode nos levar às terríveis doenças da alma, antíteses do amor. A impaciência, a intolerância e a incompreensão são instrumentos desencadeantes da mágoa, do rancor e do ódio. Normalmente, estas enfermidades do espírito tornam-se crônicas.
Costumamos nos magoar com extrema facilidade, e assim permanecemos por um longo tempo; muitas vezes por mais de uma encarnação. A mágoa, quando não superada, pode transformar-se em rancor e ódio, processos extremamente lesivos ao perispírito, com repercussões negativas ao ser, em seu todo. Representa a gênese dos processos obsessivos.
André Luiz citou uma célebre frase de William Shakespeare:-“guardar mágoa é como tomar veneno e esperar que a outra pessoa morra”. Ou seja, os efeitos da mágoa, do rancor e do ódio que sentimos, não atingem ninguém mais, além de nós mesmos.
É fundamental que procuremos nos conscientizar que cada indivíduo é composto por uma estrutura complexa, da qual o corpo físico é apenas um dos componentes. As demais dimensões do ser (corpo etérico, perispírito, corpo mental e cordões fluídicos), apresentam estrutura sutil, que transcende a matéria densa ao alcance de nossos sentidos. Não há dicotomia entre estas dimensões; ou seja, inter relacionam-se estreitamente.
Desta forma, os pensamentos e atitudes refletem-se em todas as dimensões, alterando o padrão vibracional da energia, para melhor ou para pior, conforme a sintonia mental.
Infere-se então que, os abusos que cometemos contra nosso corpo físico é uma agressão com efeitos inimagináveis, que nos tornam, realmente, suicidas inconscientes.
Cada ação perniciosa ao nosso corpo físico reflete - se no perispírito. O perispírito é o corpo do espírito; consequentemente, quando desencarnamos, ele permanece conosco.
É importante que saibamos que, para cada célula do corpo físico, há uma correspondente no perispírito. Portanto, cada célula lesionada em nosso corpo físico, implica em lesão de sua correspondente no corpo do espírito. Ao desencarne, o problema cessa apenas no corpo físico que deixamos para trás; mas não em nós mesmos. Enquanto não superarmos aquilo que nossa própria mente criou, persistirá a lesão perispiritual, que poderá incorrer na transferência do problema para o próximo corpo físico, no processo reencarnatório.
Isto significa que, nesta existência, além de tudo, estamos preparando as características básicas do corpo que teremos na próxima volta à carne. É muita responsabilidade conosco mesmos!
Erram aqueles que, frequentemente, tentam justificar suas imprudências, afirmando o seguinte:- “se não me cuidar morro, se me cuidar morro da mesma forma; então vou aproveitar a vida”.
A triste concepção que temos sobre o “aproveitar a vida”, reveste-se de total ilusão. Este pensamento, disseminado pela humanidade, decorre da ignorância acerca do que é a vida; a verdadeira e eterna vida espiritual, estejamos encarnados ou desencarnados. Ignoramos quem somos, de onde viemos, o que estamos fazendo aqui e para onde iremos.
Diante disto, sentimos um vazio sob a ótica existencial, que nos leva a comportamentos inconseqüentes e prejudiciais, que nos tornam suicidas inconscientes.
Na prática, precisamos dormir melhor (7 a 8 horas por noite), ingerir dietas balanceadas e saudáveis, evitando-se todo e qualquer tipo de excesso, trabalhar paulatinamente a mente no sentido de abolir o primitivo hábito da ingestão de alimentos oriundos do sacrifício de nossos irmãos menos evoluídos, abolir a ingestão de todas as drogas, não apenas as ilícitas mas as lícitas também, abandonar o sedentarismo (a atividade física, como simplesmente caminhar uma hora por dia, ou pelo menos dia sim dia não, melhora tanto as funções fisiológicas do corpo físico, como a circulação de energia pelos condutos energéticos do corpo etérico) e, sobretudo, trabalhar, incansavelmente, pela disciplina de nossos pensamentos, os verdadeiros agentes causais daquilo que somos.
Não esqueçamos jamais que estamos, peremptoriamente, dotados do livre arbítrio; ninguém intercederá por nós sem que queiramos. Conheçamo-nos primeiramente, e depois aprendamos a nos amar. Somos envoltos por nuvens escuras, por uma matéria extremamente densa.
A sutilização do ser só terá início quando o verdadeiro amor florescer; e o verdadeiro amor é o amor pelo Todo, exatamente como Jesus nos ensinou.
Amemo nos, e a partir de então, amemos o próximo como a nós mesmos.
Edson Ramos de Siqueira
Crédito foto: recebida por e-mail, desconhecemos o autor e pedimos, por gentileza, qualquer problema com autoria, entre em contato.
Foi uma ótima leitura com grandes conselhos que realmente devemos tentar colocar em prática.
ResponderExcluirObrigado pela oportunidade de aproveitar um ensinamento.