No ultimo dia
13, o site da Revista Época publicou uma matéria intitulada “As pessoas gostam de ser enganadas”, com o psicólogo e escritor Americano Michel Shemer.
A matéria inicia-se
deixando bem clara a posição do psicólogo: a mais cética possível, afinal não existe meio termo, ou é, ou não é.
Na visão de
Shemer, as pessoas acreditam em muitas "esquisitices", dentre estas mediunidade,
horóscopo, cartomantes, terapias alternativas, espiritismo. Ainda relata que a
origem de toda estas crenças é na incapacidade do ser humano em avaliar as situações,
aparentemente sem respostas, de maneira racional e sensata, sendo mais fácil
achar explicações sobrenaturais.
Com muita
humildade e certa de que a verdade existe, porém a capacidade humana de
encontrá-la é ínfima diante de tantos questionamentos, sendo mais fácil
perder-se no labirinto das perguntas mal respondidas, venho fazer o papel de
estudiosa em constante e lenta evolução.
O cérebro de
qualquer humano não foi programado pela evolução para enxergar causas
sobrenaturais em tudo que a Ciência moderna não consegue explicar, diga-se de
passagem, assim como as explicações sobrenaturais podem ser desmascaradas pela
Ciência humana, a mesma está, frequentemente, sendo desafiada por perguntas sem
respostas.
A Ciência não
é dona da verdade, muito pelo contrário, deixa a verdade escorrer pelos dedos
por vezes, pois é uma ferramenta calculista e engessada para provar, na grande
maioria das vezes, verdades fabricadas em laboratório. Deve-se admitir que nos
serve em muito.
A capacidade,
quase que inerente a todo ser humano, em responder, empiricamente, perguntas sem respostas
científicas, aí sim, vem da vontade que temos em saciar-nos.
Entretanto, agora
concordando com Shemer, é mais fácil crer do que refletir e chegar a conclusões
lógicas. É assim que vivemos, desde algumas centenas de anos depois de Cristo
até hoje, sendo lapidados e envolvidos pelo poder da fé, mas não a fé que constrói ou faz andar para frente, mas a fé que manipula e faz o homem
estagnar, mais conhecido como dogma.
Sim, muitas
pessoas são – e não, necessariamente, gostam de ser – “enganadas”, e assim vão
vivendo iludidas por falsas expectativas, preferindo viver no mundo das ilusões,
enquanto esperam o desfrute da previsão que tarda; mais amor, mais dinheiro,
mais saúde. Afinal, é mais fácil crer e esperar, mesmo que não aconteça, do que
fazer.
De tudo isto,
nada vem ao encontro do espiritismo e mediunidade. Confesso que este texto é,
em grande parte, devido a estas duas palavras, citadas por Shemer como crendices, misturadas a
tantas outras, o que é característico de quem não tem o mínimo de conhecimento
sobre a doutrina espírita.
É como alguém,
conhecendo que você é espírita, pergunta se é “mesa branca”. O espiritismo
é palavra criada por Allan Kardec (codificador da doutrina) e,
consequentemente, o espírita é o seguidor desta filosofia. Infelizmente, muitos
são os que colocam coisas distintas em um mesmo balaio, misturam tudo e tomam suas conclusões por verdades absolutas.
Das reflexões
sobre milagres e espiritualidade de Sócrates e Platão, passando por Pitágoras
até Einstein, para citar apenas alguns, não é possível pensar que eram
e/ou gostavam de ser enganados, pois suas convicções, suscetíveis ao erro,
claro, eram baseadas em reflexões lógicas.
Acreditar é
bom, acreditar naquilo que nos parece lógico, melhor ainda. Quando acreditamos
só por acreditar, certamente seremos colocados para trás, extorquidos. A partir
disto, ser enganado, corre, de algum jeito ou de outro, por nossa conta.
Fernanda
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