segunda-feira, 4 de junho de 2012

Na Hora da Tristeza



“Vós sois a luz do mundo “ JESUS MATEUS, 5: 14.

“Não digais, pois, quando virdes atingido um de vossos irmãos: É a justiça de Deus,
Importa que siga o seu curso. Dizei antes: Vejamos que meios o Pai misericordioso
me pôs ao alcance para suavizar a sofrimento do meu irmão”. Cap. V, 27

Entraste na hora do desalento, como se te avizinhasses de um pesadelo.

Indefinível suplicio moral te impele ao abatimento, magoas antigas surgem à, tona.

Sentes-te à feição do viajor, para cuja sede se esgotaram as derradeiras fontes do caminho.
Experimentas o coração no peito, qual pássaro fatigado, ao sacudir, em vão, as grades do cárcere.

Ainda assim, não permitas que a ansiedade te lance à tristeza inútil.

Se a incompreensão alheia te azedou o pensamento, recorda os companheiros enfermos ou mutilados, quando não conhecem a própria situação, qual seria de desejar e prossegue servindo, a esperar pelo tempo que lhes dará reajuste.

Se amigos te abandonaram em árduas tarefas, à caça de considerações que lhes incensem a personalidade, medita nas crianças afoitas, empenhadas a jogos e distrações, nos momentos do estudo, e prossegue servindo, a esperar pelo tempo, que a todos renova na escola da experiência.

Se deixaste entes queridos ante a cinza do túmulo, convence-te de que todos eles continuam redivivos, no plano espiritual, dependendo, quase sempre, de tua conformação para que se refaçam, e prossegue servindo, a esperar pelo tempo, que te propiciará, mais além, o intraduzível consolo do reencontro.

Se o fardo das próprias aflições te parece excessivamente pesado, reflete nos irmãos desfalecentes da retaguarda, para quem uma simples frase reconfortante de tua boca é comparável a facho estelar, nas trevas em que jornadeiam, e prossegue servindo, a esperar pelo tempo, que, no instante oportuno, a cada problema descortinará solução.

Lembra-te de que podes ser, ainda hoje, o raciocínio para os que se dementaram na invigilância, o apoio dos que tropeçam na sombra, o socorro aos peregrinos da estrada que a penúria recolhe nas pedreiras do sofrimento, o amparo dos que choram em desespero e a voz que se levante para a defesa de injustiçados e desvalidos.

Não te detenhas para relacionar dissabores.

Segue adiante, e se lágrimas te encharcam a ponto de sentires a noite dentro dos olhos, entrega as próprias mãos nas mãos de Jesus e prossegue servindo, na certeza de que a vida faz ressurgir o pão da terra lavrada e de que o sol de Deus, amanhã, nos trará novo dia.

Francisco Cândido Xavier, Espírito Emmanuel
Livro da Esperança

Um comentário: