Por SimoneNardi
“Espíritas! amai-vos, este o primeiro
ensinamento; instruí-vos, este o segundo."
O Espírito de
Verdade,Paris, 1860
A busca pelo
conhecimento é sem dúvida o primeiro passo para a transformação dos seres, pois
segundo o Livro dos Espíritos (780a) o progresso moral de cada um depende do
progresso intelectual. É a partir desse desvelamento das coisas queos seres
humanos passam a possuir em suas mãos a capacidade de se lançar adiante em sua
evolução ou de se manterem atrelados a sua inatividade, tanto intelectual
quanto moral.
É o conhecimento
que vai permitir sua mudança, desde que ele assim a deseje e quando falamos em
conhecimento não falamos apenas do conhecimento recebido pela Doutrina
Espírita, mas de todo o conhecimento que possa vir a enriquecer o Espírito,
sobretudo no campo da moralidade e da ética.
De posse desse
conhecimento não podemos mais utilizar a caridade como moeda de troca para com
a Divindade, fazendo o pouco e esperando muito.
O problema surge
quando este conhecimento não é bem vindo ao nosso ser, por nos obrigar a sair
de nossa zona de conforto.
O que normalmente
ocorre nesse momento é a auto indulgência, não pela incapacidade de mudar, pois
que Deus forneceu a todos, e fornece diariamente, a mesma capacidade e a mesma
força vinda do Fluído Cósmico Universal, mas a auto indulgência surge pela
negativade cada individuo em não desejar se transformar, em não desejar ver,
ouvir ou falar sobre aquilo que para ele, passa a ser um tormento.
É quando a partir
daí nascem acusações , melindres e discórdias.Talvez por isso que Emmanuel
tenha afirmado um dia que “o maior inimigo do espiritismo são os próprios
espíritas”.
Talvez pela extrema
auto indulgência da qual se utilizam quando desejam permanecer inativos diante
de algo novo. Neste caso em especial falamos da relação entre o espiritismo e
os animais. A todo momento surgem livros e revistas que esclarecem que os
animais são nossos irmãos, que eles evoluem e que um dia nós passamos pelo
reino no qual eles estagiam agora. No entanto a busca pelo conhecimento
estaciona exatamente aí, na alma animal.
Muitos não desejam
conhecer a matéria física dos animais, nem os motivos que levaram ao
desprendimento do espírito animal de seu corpo material. Talvez pela falta de
compreensão da palavra que muitos usam, mais por costume do que propriamente
por conhecimento: irmãos animais,repetem mas não conceituam seu significado a
realidade. Falam, mas não atuam.Ouvem, mas não compreendem. Sua caridade é
ainda voltada apenas de ser humano para ser humano, ignorando assim tudo o que
leu e estudou no Pentateuco Espírita,porque muito do que é dito ali ofende seu
desejo de permanecer no simples e no que ele considera como “natural”. Sua
“caridade”, a moeda de troca que usa para conseguir um espaço na
espiritualidade possui apenas um lado, apenas uma face,para estes apenas a face
humana, os demais reinos pouco lhe interessam.
Infelizmente,esse é
um alerta a todas as Casas Espíritas que tem se lançado nessa empreitada que
busca o auxilio espiritual dos irmãos animais. Eles não necessitam apenas do
auxilio espiritual, mas da caridade moral e ética enquanto estão
encarnados.Eles precisam ser vistos como seres completos, com alma e matéria, a
alma quere encarna e que se liberta da matéria muitas vezes através de um ato
humano extremamente violento.
É precisoque estas
Casas se mantenham esclarecidas a respeito da vida destes animais, é preciso
que percebam que o termo irmãos animais se dirige a todos, até mesmo aqueles
que muitas vezes são usados em almoços beneficentes para o tal “bem maior”. É
preciso que , a partir do momento que escolheram abrir suas portas para os
animais, abram também seus corações,e que toda a Casa perceba, não somente
aqueles poucos trabalhadores usados ecorajosos que aceitaram este desafio, mas
toda a Casa perceba que o surgimento deste trabalho em seu seio modificou e
modificará suas vidas para sempre, poisqualquer atitude agora deverá ser
repensada, ser estudada , ser comedida. Seu mundo não é mais como era antes,
esta é a verdade que surge neste momento.
Não há mais bem
maior que seja realizado através da vida destes irmãos; Não há indulgência que
permita a morte destes irmãos. Não há mais amor feito de meias palavra se
escolhas individuais, vocês optaram por um caminho onde finalmente caridade não
é mais moeda de troca, ou se faz o bem por amor ou se escolhe viver longe dele.
Parabénsa quelas
Casas que conseguiram compreender o que significa trabalhar com os irmãos
animais; as outras, aquelas onde os trabalhadores se dividem e se recusam a
seguir o caminho do bem entre todos os irmãos, estas precisam refletir sobre as
palavras de Emmanuel o maior inimigo do espiritismo são os próprios espíritas.
E reler novamente o
Livro dos espíritos sobretudo no que motivou a escolha deste artigo, a auto
indulgência, a única capaz de detro progresso humano:
781 - O homem pode
deter a marcha do progresso?
– Não;mas pode
impedi-lo algumas vezes
781a - O que pensar
dos homens que tentam deter essa marcha e fazer retroceder a humanidade?
– Pobres seres que
serão punidos por suas próprias ações. Serão arrastados pela torrente que
querem deter.
Lembrando-se ainda
que muito será cobrado daquele que muito sabe, hoje vocês tiraram a vendados
olhos e talvez o que falte não seja amor, mas Atitude.
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