Mediunidade Gratuita

"Dai gratuitamente o que gratuitamente recebestes" - O Evangelho Segundo o Espiritismo (Cap. XXVI)

"Os médiuns atuais - pois que também os apóstolos tinham mediunidade - igualmente receberam de Deus um dom gratuito: o de serem intérpretes dos Espíritos, para instrução dos homens, para lhes mostrar o caminho do bem e conduzi-los à fé, não para lhes vender palavras que não lhes pertencem, a eles médiuns, visto que não são fruto de suas concepções, nem de suas pesquisas, nem de seus trabalhos pessoais. Deus quer que a luz chegue a todos; não quer que o mais pobre fique dela privado e possa dizer: não tenho fé, porque não a pude pagar; não tive o consolo de receber os encorajamentos e os testemunhos de afeição dos que pranteio, porque sou pobre. Tal a razão por que a mediunidade não constitui privilégio e se encontra por toda parte. Fazê-la paga seria, pois, desviá-la do seu providencial objetivo. (...) Quem, pois, deseje comunicações sérias deve, antes de tudo, pedi-las seriamente e, em seguida, inteirar-se da natureza das simpatias do médium com os seres do mundo espiritual. Ora, a primeira condição para se granjear a benevolência dos bons Espíritos é a humildade, o devotamento, a abnegação, o mais absoluto desinteresse moral e material."

Não estamos neste mundo para julgar absolutamente ninguém, todavia saber discernir o que é certo do que é errado é importante para nosso esclarecimento pessoal e evolução moral e espiritual.

Sabemos que a mediunidade - aptidão para ser médium (dicionário Priberam) - é um dom (leia mais: o que é mediunidade - Rev. Cristã de Espiritismo). Como entendemos, a mediunidade está para todos os seres humanos, mais ou menos expressa, o que depende da bagagem espiritual, de ações em vidas passadas e na vida atual.

"A mediunidade, porém, não é uma arte, nem um talento, pelo que não pode tornar-se uma profissão. (...)". Ela é uma missão, não foi conquistada, aprendida, comprada, desta maneira, não deve ser vendida ou usada de maneira a privilegiar ganhos materiais.

Ser médium é um dos atos mais amorosos que se conhece, não é possível ser médium sem ser humilde. Entre em uma câmara de passe e sinta quanto carinho e amor aqueles médiuns, que muitas vezes nem conhecemos, sentem por nós.

Nós já paramos para pensar que enquanto saímos revitalizados da câmara de passe, muitos dos nossos amigos médiuns necessitam cuidar-se espiritualmente, pois "absorveram" nossos miasmas negativos?

Ser médium é cuidar de uma flor no jardim chamada mediunidade, uma vez retirada de seu lugar, arrancada de suas raizes bondosas, a mediunidade morre, fica inutilizada.

É impossível pensar em mediunidade e não ligá-la ao amor.

Trechos retirados do livro O Evangelho Segundo o Espiritismo, Allan Kardec ( Cap. XXVI, pp. 365-367).