As misérias de cada um de nós

As nossas misérias são os frutos da incapacidade de nos tornarmos melhores. A estagnação do ser em suas próprias imperfeições frente à suposta impossibilidade da mudança.

Certo dia andava pela rua e observava as pessoas. “Qual serão suas misérias, as mesmas que as minhas?”, pensava em uma tentativa de encontrar o ponto comum das misérias de todos os seres humanos.

Olhei para o lado e vi um homem que aparentava seus 30 anos e vestia roupas simples e velhas. Estava sentado em uma calçada e olhava o horizonte – via o que mais ninguém podia ver ou ouvir: seus pensamentos. Ao seu lado, uma sacola preta na qual provavelmente carregava seus mais valiosos pertences.

Aquele homem parecia não saber que logo atrás dele existia um bar. O bar lotado de pessoas, música, cerveja e risadas. Muito provavelmente aquelas pessoas nem sequer percebiam a presença daquele homem, que no meio de tanta festa, parecia ser o único que não estava se divertindo.

Todos os dias acordamos pela manhã e, por muitas e muitas vezes, prestamos atenção somente à nossa alegria ou à nossa tristeza. Essa é a pior miséria e a que mais acomete o ser humano: o egoísmo.

O egoísmo é uma pandemia das mais perigosas e difíceis de tratar. Ele nos impede de “amar uns aos outros”, assim como Cristo nos ensinou.

É o egoísmo a mazela mais profunda e mais enraizada nos corações do homem. É ele que nos impede de enxergar a irmandade de todas as coisas.

Todos os seres vivos, humano ou outro animal, vegetal ou mineral, pertencem a uma grande cadeia. Todos os seres compartilham e são formados pelos mesmos elementos. Na maioria das vezes isto é esquecido.

"Há sempre aneis que ligam as extremidades da cadeia dos seres e dos acontecimentos" (questão 609, Livro dos Espíritos)

Infelizmente, nosso mundo ainda é cheio de misérias. Ainda engatinhamos lentamente rumo à evolução moral e espiritual.

Já é tempo de perceber a irmandade de todas as coisas, o elo que nos liga ao outro, seja ele animal, vegetal ou mineral.

A irmandade de todas as coisas se resume na nossa filosofia de vida. Como estamos tratando o próximo? Como estamos agindo frente às várias situações? Estamos orando pelos nossos irmãos? Respeitamos a Natureza como fonte de nossa vida?

Não existe desconexão. Todos nós estamos ligados por uma grande e potencial energia, aquela que rege o Universo. Se não conseguirmos respeitar um irmão (seja ele de que reino for), não estamos preparados para evoluir nesta grande e dinâmica cadeia de Luz.

Precisamos refletir e mudar algumas de nossas atitudes cotidianas para pertencermos, de fato, a esta irmandade. Irmandade que trilha rumo à evolução e, se quisermos acompanhá-la, evidentemente deveremos trilhar o mesmo caminho.

Grande abraço!