segunda-feira, 10 de outubro de 2011

A fé ante a ciência

Mas, como o progresso não conhece obstáculos, os artigos de fé equivaleram a estagnações isoladas. Se conseguiram satisfazer à Humanidade em um período mais ou menos remoto da sua evolução, caducaram desde que o laboratório obscureceu a sacristia. A Ciência desvendou o espírito humano as perspectivas inconcebíveis do Infinito; o telescópio descortinou a grandeza do Universo e os novos conhecimentos cosmogônicos demandaram outra concepção do Criador. Desvendando, paulatinamente, as sublimes grandiosidades da natureza invisível, a Ciência embriagou-se com a beleza de tão lindos mistérios e estabeleceu o caminho positivo para encontrar Deus, como descobrira o mundo microbiano, ao preço de acuradas perquirições. É que a Divindade das religiões vigentes era defeituosa e deformada pelos seus atributos exclusivamente humanos; as igrejas estavam acorrentadas ao dogmatismo e escravizadas aos interesses do mundo. A confusão estabeleceu-se. Foi quando o Espiritismo fez sentir mais claramente a grandeza do seu ensinamento, dirigindo-se não só ao coração, mas igualmente ao raciocínio. O céu descerrou um fragmento do seu mistério e a voz dos Espaços se fez ouvir...


As conquistas científicas não se coadunavam n com o espírito dogmático, e o Espiritismo, com as suas lições magníficas, alargou infinitamente a perspectiva da vida universal. Explicando e provando que a existência não se observa somente na face da Terra opaca e cheia de dores. Há céus inumeráveis e inumeráveis mundos onde a vida palpita numa eterna mocidade; todos eles se encadeiam, se abraçam dentro do magnetismo universal, vivificados pela luz, imagem real da alma Divina, presente em toda parte...

A Doutrina dos Espíritos, pois, veio desvendar ao homem o panorama da sua evolução e esclarece-lo no problema das suas responsabilidades, porque a vida não é privilégio da Terra obscura, mas a manifestação do Criador em todos os recantos do Universo. Nós viveremos eternamente, através do Infinito e o conhecimento da imortalidade expõe os nossos deveres de solidariedade para com todos os seres, em nosso caminho;por esta razão, a Doutrina Espiritista é uma síntese gloriosa de fraternidade e de amor. O seu grande objeto é esclarecer a inteligência humana.

Texto do livro Emmanuel
Emmanuel (psicografado por Chico Xavier) 

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