Para que possamos movimentar a fé no plano exterior, é indispensável venhamos a possuí-la, ainda mesmo na diminuta proporção de uma semente de mostarda, no solo do próprio espírito.
É necessário arrotear a terra seca e empedrada de nosso mundo interior para ambientar no coração essa planta divina.
A vida é qual fazenda valiosa de que somos usufrutuários felizes; mas não podemos aprimora-la ou enriquece-la, confiando-nos à preguiça ou à distração.
O proprietário da vinha não cederia ao lavrador uma enxada com destino à ferrugem.
A gleba das possibilidades humanas, em nossas mãos, reclama trabalho incessante.
Imperioso arredar do campo da própria alma, os calhaus da indiferença e drenar, na vasta extensão de nossos desejos, os charcos possíveis da ociosidade e do desânimo.
Serpes traiçoeiras e vermes daninhos ameaçam-nos a sementeira de elevação, por todos os lados, e detritos de variada natureza tentam sufocar instintivamente os nossos pequeninos impulsos para o bem.
Necessário alterar a paisagem de nossa vida íntima, para que a fé viva nasça e se desenvolva em nossos destinos, por gradativo investimento de força transformadora e criativa, dotando-nos de abençoadas energias para as nossas realizações de ordem superior.
"Se tiveres fé no simples tamanho dum grão de mostarda” – disse-nos o Senhor – “adquirireis o poder de transportar montanhas.”
Aproveitemos a luta e a dificuldade que a experiência nos oferece, cada dia, e habilitar-nos-emos a converter as sombras da antiga animalidade, que muitas vezes ainda nos domina, em luz da espiritualidade santificante para a nossa ascensão à vida excelsa.
“Colaboremos no bem comum, sem alardear notas de superioridade perturbadora”.
Emmanuel
Livro: Assim Vencerás - Francisco Cândido Xavier
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